Entrevista – Satélite com mão da UMinho vai levar “o espaço para a sala de aula”
Lançamento está previsto para outubro e estará ao cargo da Spacex. Dados serão analisados em sala de aula com os estudantes de Engenharia Aeroespacial.
Está previsto para outubro, o lançamento do satélite Prometeu 1, trabalhado por alunos do curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade do Minho. Este ´PocketQube`, com o tamanho de um cubo de rubik, será de código aberto.
O lançamento estará ao cargo da SpaceX e terá lugar na Califórnia. O responsável pelo projeto, Alexandre Ferreira da Silva, alerta para possíveis atrasos que considera normais neste género de situações, apontando para que até ao final do ano, o Prometeu 1 siga em direção ao espaço.
O projeto trabalhado pelo consórcio liderado pela UMinho contou com a colaboração da Universidade Carnegie Mellon, dos EUA, que produziu a plataforma inicial e do Instituto Superior Técnico que disponibilizou informação sobre o ISTsat-1, lançado em julho. O trabalho conta com financiamento por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) na ordem dos 100 mil euros.
A ideia de construir um satélite surgiu há três anos. Em entrevista ao UMinho I&D, Alexandre Ferreira da Silva fala na oportunidade de “trazer o espaço para dentro da sala de aula”.
A partir de terra será possível avaliar a temperatura, acelerações dos eixos e possíveis erros do software do Prometeu 1. Questionado sobre o que significa ser um satélite de código aberto, o responsável adianta que “qualquer entusiasta, instituição ou grupo poderá replicar o modelo”, visto que toda a documentação e ficheiros estão disponíveis online.
Este pequeno aparelho de apenas cinco centímetros de lado está equipado de sistemas de gestão de bateria, de perceção de orientação perante a Terra, microcontroladores e uma câmara semelhante à de um telemóvel para tentar captar algumas imagens durante os cerca de sete anos que estará em órbitra.
Além de participarem no processo de validação da plataforma do Prometeu 1, os alunos terão oportunidade, em diferentes unidades curriculares, de utilizar o satélite como “caso de estudo” e aprender a recolher os dados por ele recolhidos. Outro dos conteúdos trabalhados será o processo de licenciamento do equipamento.
Na Universidade do Minho há a expectativa de complementar o lançamento do satélite com o desenvolvimento de uma estação de comunicações terrestres no Centro Aeroespacial que a Câmara de Guimarães anunciou para a Fábrica do Arquinho.